Presidente da Deso palestra sobre saneamento básico no 10º Consenge – Encontro Sergipe

Data: 11/06/2014
Na sexta-feira, 06 de junho, o presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, Antônio Sérgio Ferrari Vargas, participou do 10º Consenge – Encontro Sergipe, evento preparatório etapa estadual para a décima edição do Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros (CONSENGE). Ferrari palestrou sobre Políticas Urbanas, no setor do saneamento, juntamente com o secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Carlos Fernandes de Melo Neto, que falou sobre habitação.


O evento promovido pelo Sindicato dos Engenheiros de Sergipe (SENGE-SE), teve início na quinta-feira, 05, com uma palestra sobre Projetos de Inclusão Sindical e Formação Política. No sábado, 07, o encontro foi finalizado com a apresentação das propostas ao “10º CONSENGE – Um projeto de Nação para o Brasil”, plenária e deliberação das propostas, recomendações e moções e eleição dos delegados representantes do SENGE-SE no 10º CONSENGE.

De acordo com Rosivaldo Ribeiro Santos, presidente do SENGE-SE, no 10º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros, os engenheiros pautam muito a questão das políticas públicas, em todas as áreas. “Para os engenheiros de Sergipe, fomos premiados com o tema habitação e saneamento. Por isso, nesse encontro preparatório estamos discutindo o tema, desde a parte histórica até as realizações atuais no Brasil e no Estado, para que a categoria tenha subsídios para refletir e propor soluções, não só como engenheiros mas também como cidadãos”, esclareceu.

O saneamento básico, o tratamento e a distribuição de água, a coleta e o tratamento de esgoto são assuntos de interesse nacional, e para Rosivaldo Ribeiro, o saneamento é ainda mais importante para os engenheiros pois esta é a categoria que mais presta serviço no setor, seja fazendo projetos, executando obras, prestando assessoria ou fiscalizando. “Nossa categoria precisa estar muito envolvida com o debate sobre o setor”, ressaltou.

O presidente do SENGE-SE também destacou a participação de Sérgio Ferrari, presidente da Deso, no debate. “Ferrari nos mostrou questões importantes, a exemplo do valor agregado que o tratamento da água e do esgoto provoca na saúde pública e na preservação do meio ambiente. Pudemos ver os benefícios das obras de engenharia de saneamento, desde seu valor para a saúde pública e qualidade de vida da população, como também na redução dos gastos dos cofres públicos para cuidar dessas doenças transmitidas pela água e esgoto”, pontuou Ribeiro.


A décima edição do Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros (CONSENGE) terá como tema geral “Um Projeto de Nação para o Brasil”. O encontro será realizado em agosto de 2014, em Búzios (RJ). Serão contempladas duas linhas de trabalho: O Papel do Estado Brasileiro no Desenvolvimento Nacional; e O Papel do Movimento Sindical Frente às Modificações do Mundo do Trabalho.

Conceito e história
Durante a palestra, Sérgio Ferrari fez um apanhado histórico e apresentou o conceito do saneamento básico. Ao falar dos primeiros indícios de acesso à água e ao esgotamento sanitário por civilizações antigas, o presidente da Deso ilustrou como o serviço é indispensável à vida humana. “Na mitologia grega, Higia (ou Hygeia) era a Deusa da saúde, limpeza e sanidade. O equivalente romano da Deusa Higia era a Deusa Salus. Ela era a Deusa do Bem Estar, Saúde e Prosperidade. Tanto Higia como Salus são as fontes etimológicas de higiene e saneamento. As correlações com saúde/medicina e epidemias são muito visíveis”, destacou Ferrari.

Além da conceituação, a importância do saneamento está nos resultados que permitem, na prática, a melhora da saúde e das condições de vida, a diminuição da mortalidade, principalmente a infantil, e aumento da esperança de vida da população. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), “saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, mental e social”.

São inúmeras doenças relacionadas a falta de acesso à água e esgotamento. Em 2011, 396.048 pessoas internadas por diarreia, gerando um custo de R$ 140 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). A prevenção para enfermidades como diarreia, esquistossomose, febre amarela, teníase, por exemplo, está diretamente ligada aos investimentos em saneamento.
No Brasil, a história do saneamento básico se confunde com a formação das cidades. “O abastecimento de água era feito através de coleta em bicas e fontes, nos povoados que então se formavam”, citou o diretor-presidente da Deso, ao descrever algumas das fases primárias do serviço no Brasil, desde o período colonial até a conquista de avanços na atualidade, com a criação da Lei do Saneamento – 11.445/07 e criação das Parcerias Público-Privadas (PPPs)


Desafios e avanços
Se antes a preocupação era expandir os sistemas de abastecimento e produção de água para atender a demanda de crescimento no País, hoje há um desafio mundial: manter a quantidade e qualidade das fontes de abastecimento. “Água está se transformando em um dos maiores desafios do III Milênio e essa situação se torna mais grave pelo fato de que, uma das metas do milênio, é a universalização do abastecimento de água. A era da água em quantidades ilimitadas acabou”, alertou Ferrari.

Dados apresentados pelo palestrante mostram que a população do planeta cresceu de forma quase exponencial:1,5 bilhão - início do séc. 20 para 7 bilhões – em 2012. Dentro deste cenário, apenas 0,3% da água no mundo está disponível para o consumo humano. Essa realidade força cada vez mais os agentes públicos a direcionar os investimentos não só para implantação de adutoras, mas para a segurança hídrica, que pode ser praticada no combate às perdas de água.

Em Sergipe, “nunca se investiu tanto em saneamento básico” como nos últimos sete anos. Foram mais de R$ 1 bilhão, distribuídos para obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Este último gera impacto favoráveis a preservação dos meio ambiente, incluindo os mananciais de água doce que são fontes para o consumo humano. Os recursos injetados no setor, através da Deso, preparam o estado para uma mudança de conceito: de que “é preciso permitir o acesso à água permanentemente”.

Deso-SE


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